14 novembro, 2024

(aula) Para além do medo (I) 18 novembro 2024

  (aula)

Para além do medo (I)

18 de Novembro

2024

Analisamos algumas questões essenciais do texto de Ernst Jünger "O Passo da Floresta" (1951), com foco nos capítulos 10-15, algumas passagens iniciais e o posfácio escrito pela Maria Filomena Molder. 

Analisámos o sentido da expressão que dá nome ao livro, «passo», constatando que é um termo que requer um desenhar pelo presente, no aqui-agora, e «floresta» como lugar de libertação. 

Também foi levantada a questão "Será que é possível reduzir o medo?", uma questão central em todo o texto e que reflete sobre a história humana, com foco no medo instaurado pela guerra.

Não sendo possível aniquilar o medo, pois é matéria constitutiva do ser humano, Jünger apresenta como hipótese 3 formas de lidar com o medo maior: a Arte, a Filosofia e a Teologia. 

A arte ensina-nos que o medo pode ser reencarnado, que pode ser catarse, sem ferir ninguém. Esta dimensão teatral, pelo seu aspeto ficcional é muito importante.


A edição mais recente de "O Passo da Floresta" é da BCF editores (2021), traduzido por Maria Filomena Molder.



























"O Passo da Floresta" de Ernst Jünger. Edição da BCF Editores (2021). Tradução de Maria Filomena Molder.

(aula) O Ovo da Serpente (IV) 11 novembro 2024

  (aula)

O Ovo da Serpente (IV)

11 de Novembro

2024

Na aula passada pensámos o texto "Serenidade" (ou "Gelassenheit", em alemão) de Heidegger, uma palestra proferida em 1955 em homenagem ao compositor alemão Conradin Kreutzer. A primeira impressão foi de surpresa, pela ressonância do discurso e a afinidade de certas palavras que ecoam o trabalho de alguns de nós.

Em conjunto com uma passagem de A Origem da Obra de Arte (1950), pensámos a relação do “desaparecimento” e de uma “passagem aniquiladora” com a criação. O artista, o compositor, o criador, dissociam-se das suas identidades pessoais abrindo em si um espaço vazio - um espaço que permite uma travessia - ser atravessados e trespassar. Suspender o eu anterior que obstrui essa passagem possibilita um trespasse (passagem para outrem) no processo de criação. Permanece o corpo que se cria na vez do corpo que criou.

“o artista permanece, face à obra, algo indiferente, quase como uma passagem que se destrói a si mesma no criar, uma passagem para o passar-a-ser da obra."[1]

“Quanto maior é um mestre mais completamente a sua pessoa desaparece por detrás da obra."[2]

Ao longo do texto Heidegger procura como pode a humanidade responder à era tecnológica num mundo pós-guerra marcado pelo rápido avanço da tecnologia, pela crescente industrialização e pela iminência do aparecimento da energia atómica. A grande ameaça parece ser a perda do pensamento meditativo - um pensamento de busca e reflexão profunda. A transição para um pensamento unidimensional surge como consequência da lógica de infinitização capitalista (que não é próprio da técnica) - nunca é suficiente o que se produziu, o que se explorou, o que se extraiu, o que se ganhou… Este sistema obriga a uma constante fuga para a frente, numa lógica de produção até à exaustão. Esta infinitização que gera sobre si mesma promove a perda do enraizamento (de onde viemos e para onde vamos?).

Heidegger propõe uma resposta individual para um novo enraizamento - a serenidade (do alemão lassen - deixar ser, trespassar, passar-se…). Recuperando o paralelismo com o texto A Origem da Obra de Arte, a serenidade não promove uma indiferença, mas antes uma premissa com plena aceitação. Vem baralhar a passividade e a atividade, apontando para uma espécie de passividade ativa. Relaciona-se com a espera, a esperança e uma insistência fruto de um esforço e prática consciente - “um pensamento determinado e ininterrupto”[3].

Por fim, somos deixados a contemplar a possibilidade de outros solos para enraizamento.

[1] Martin Heidegger - A Origem da Obra de Arte (1950) em Caminhos de Floresta (2022). Tradução de Irene Borges-Duarte e Filipa Pedroso. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, p.36 [2] Martin Heidegger - Serenidade (1955). Tradução de Maria Madalena Andrade e Olga Santos. Lisboa: Instituto Piaget, 2000, p.10. [3] Ibid., p.26.









Representações do Louco (The Fool) em diferentes baralhos de tarot.

05 novembro, 2024

(aula) O Ovo da Serpente (III) 4 novembro 2024

     (aula)

O Ovo da Serpente (III)

4 de Novembro

2024


(resumo)







Criança Geopolítica Observando o Nascimento do Homem Novo, de Salvador Dalí (1943).
Notas iniciais sobre a pintura: “Paraquedas, paranascimento, proteção, cúpula, placenta,
Catolicismo, ovo, distorção terrena, elipse biológica. Geografia muda a sua pele em germinação histórica”.

(aula) O Ovo da Serpente (II) 28 outubro 2024

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O Ovo da Serpente (II)

28 de Outubro

2024

(resumo)




Still de O Ovo da Serpente (1977).

(aula) O Ovo da Serpente (I) 21 outubro 2024

    (aula)

O Ovo da Serpente (I)

21 de Outubro

2024

(resumo)



Fotografia de Mike Guzman, para a National Geographic.

(aula) A ambiguidade do aterramento (II) 20 março 2024

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A ambiguidade do aterramento (II)

20 de Março

2024

(resumo)






Torrão de terra, Manuel Zimbro. fonte

(aula) A ambiguidade do aterramento (I) 6 março 2024

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A ambiguidade do aterramento (I)

6 de Março

2024

(resumo)









Fotografia digital Sem título (2022), André Marques Chambel. Fotografia digital.