(aula)
O capitalismo é masculino? (I)
21 de Fevereiro
2022
Nossa Senhora da Expectação, de Mestre Pero, c. 1325-1350?
Museu Nacional de Arte Antiga
Nesta aula, falámos sobre como a diferença sexual foi simbolicamente assimilada desde os primórdios da história da humanidade de forma a construir uma hierarquização entre os sexos fundamentando a superioridade dos homens e a inferioridade das mulheres. A partir da apresentação de Potira Maia, ancorada na tese da antropóloga Françoise Héritier, discutimos como o paradigma da superioridade masculina fundamentou-se numa fantasiosa simbolização das diferenças entre os sexos e na apropriação dos atributos femininos — da fecundidade —, da qual ressaltámos: o mito de Gaia e Urano; a primazia do logos sobre a physis, estabelecida por Aristóteles; o dogma da Imaculada Conceição… Também debatemos a maneira como tais questões se apresentam hoje, um tempo em que os limites distintivos entre os sexos parecem estar tão diluídos, apontando para uma cultura fálica que sustenta e nutre o capitalismo.
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