(aula)
Arte e capitalismo (V)
13 de Dezembro
2021
Salvator Mundi, pintura atribuída a Leonardo da Vinci
Nesta aula — a última antes da pausa natalícia — teve lugar um debate a partir de três exemplos demonstrativos da relação devastadora entre a arte e o capitalismo financeiro:
— uma notícia sobre a obra mais cara do mundo, Salvator Mundi, atribuída a Leonardo da Vinci (e vendida a 15 de Novembro de 2017 por 450,3 milhões de dólares);
— um depoimento do jornalista Bernard Hasquenoph sobre a dupla identidade do «fotógrafo» sul-coreano Ahae e do «milionário sem rosto» Yoo Byung-eon (ou seja, do mecenas do Museu do Louvre e do Palácio de Versalhes — locais onde expôs as suas «obras», em 2012 e 2013);
— algumas fotografias do jantar ocorrido a 11 de Abril de 2017 na «sala Mona Lisa» (do Museu do Louvre), onde se celebrou a colaboração entre uma das maiores marcas de luxo — Louis Vuitton — e um dito «artista contemporâneo», actualmente o mais cotado do mundo, Jeff Koons.
Este debate foi precedido do visionamento de excertos do filme O Capital, de Costa-Gravas (França, 2012, 114’). Numa das cenas escolhidas, evoca-se um dito de Lloyd Blankfein que comentámos numa anterior. Com efeito, esse dito resume — conscientemente ou não — o fio condutor destas últimas cinco aulas, a saber, a «religião capitalista» (cujos efeitos sobre a «criação artística» começámos apenas a entrever). Blankfein, então chairman e CEO do Goldman Sachs, afirmou (numa entrevista ao The Times of London de 8 de Novembro de 2009): «Eu sou só um banqueiro que está a fazer o trabalho de Deus [I’m just a banker doing God’s work]».)
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