(aula)
Historicidade do cinema - ou o dever de memória
8 de Novembro
2022
Nesta aula, visionámos um filme de Wang Bing, intitulado Traces (China, 2014), sob proposta de Pedro Florêncio que o havia caracterizado como uma investigação visual, um exercício duracional ou, enfim, uma “aventura da percepção” (citando Stanley Brakhage) no deserto de Gobi, na era da China pós-socialista.
O debate trouxe um aprofundamento das razões de escolha do filme, ecoando o diálogo com Sousa Dias (na aula passada). Destacamos duas dessas razões: uma radical contraposição à ideia de “presentismo” (veiculada por uma certa e dominante “arte contemporânea”), pois o filme de Wang Bing constrói-se na relação testemunhal entre passado e futuro; por outro lado, a preservação do modo de percepção cinematográfica, em que a atenção, a sala obscura e a potência do comum (enquanto hipótese fundamental do cinema) constituem factores de resistência ao entretenimento reinante.
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