(aula)
Música e poder II - arte ética e política
(terceiro momento, primeira aula)
17 de Março
2021
Após uma conversa livre suscitada pelo apresentado nas aulas anteriores - em torno do capitalismo da atenção e das suas “escolas da desatenção” (Bresson), bem como dos seus métodos (o directo, a aceleração e compressão das obras, etc.) — foi proposta uma reflexão sobre o ritmo e a repetição, como transição para a audição da Fuga da Música para cordas, percussão e celesta de Béla Bartók. Nesta última, encenou-se um contraponto entre o que ali foi designado “ritmo da inércia” e “ritmo do refreamento”: o primeiro como sendo próprio de um movimento ordenado pela medida regular, o segundo como sendo próprio da diferença que se introduz na repetição; o primeiro como instrumento de submissão pelo Poder, o segundo como resposta do vivo à Vida. Neste sentido, foi desdobrado o enunciado de Deleuze e Guattari em Mil Planaltos: «A diferença é que é rítmica, e não a repetição, que no entanto, a produz; mas de repente esta repetição produtiva nada tinha a ver com a medida reprodutora».
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